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Crítica: Fragmentado

  • Monsieur L.
  • 30 de mar. de 2017
  • 2 min de leitura

Fragmentado

O "retorno" do suspense "Shyamalanico "

Após alguns anos de filmes controversos e muito perseguido, Shyamalan surpreendeu a todos com A Visita (2015). Com a "aparente" volta aos bons filmes ( questionável para alguns, já que dirigiu bons filmes no caminho), ele nos trás Fragmentado (Split). E, se de alguma forma havia receios de que ele iria acertar ou não, as duvidas foram sanadas.

Depois de um sequestro de três garotas, realizado por um homem desconhecido, nos encontramos em um ambiente fechado e aí tudo começa. Fragmentado trata-se de um filme claustrofóbico em alguns momentos, onde o Diretor resolve algumas cenas em corredores apertados e boas iluminações. Isso ajuda na construção de suspense, que é muito bem resolvida nesse longa.

Aos poucos, vamos conhecendo mais sobre o sequestrador Kevin e sobre seu Transtorno Dissociativo de Identidade, fazendo-o transitar de personalidade ( no total 23, apesar de não aparecerem todas). E é ai que o filme brilha.

James McAvoy atua de forma deslumbrante, fazendo com que cada mudança de personalidade( seja um metódico e maniaco por limpeza, um apaixonado por moda, uma criança de nove anos ou até uma mulher com uma atitude amável porém as vezes rígida) seja um espetáculo, transformando um mero Kevin em um ser complexo e instigante. Há cenas em que uma personalidade se disfarça de outra e é notório a mudança de postura e feição trabalhada pelo ator. Se, de alguma forma esse filme envolve e brilha, muito se deve a atuação de McAvoy.

Já, em contrapartida, temos a atormentada Casey, vivida por Anya Taylor-Joy, que retrata o lado melancólico e trágico da jovem sequestrada. É interessante ver a interação dela com as personalidades do sequestrador, onde ela foge do esteriótipo de " menina burra" visto em muitos personagens sequestrados. Nesse filme, Anya desenvolve de maneira crível uma personagem traumatizada. Outro destaque vai para a atriz Betty Buckley , que faz um bom trabalho como a Dra. Fletcher, psicóloga de Kevin, que tenta provar ao mundo e ao próprio paciente o quão extraordinário ele é.

Mesmo com falhas de roteiro, onde muitas vezes você se pergunta "por qual motivo isso não foi feito ou por qual motivo elea não fez aquilo?", o filme nos provoca a querer saber mais e mais. Isso é um mérito ao Diretor, que por sua vez fez um trabalho incrível com o que tinha em mãos. Se o filme já brilhava por conta dos atores, o resto do brilho é devido a direção de Shyamalan.

Apesar de longe de ser um novo " O Sexto Sentido", o filme instiga e prende o público a cada momento, trazendo à tona referencias e bons links com certos filmes. Não vá com a “mente fechada” e com a ideia de um imenso Plot Twist a cada hora de filme, pois Fragmentado é algo maior e mais vasto que isso.

Nota: 9,5

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