Crítica: Velozes e Furiosos 8
- Monsieur L.
- 22 de abr. de 2017
- 3 min de leitura

Diretor: F. Gary Gray
2017
Ação, Aventura
Velozes e Furiosos 8
A furiosa corrida rumo à galhofa
Com mudanças de tom, mudanças de foco e até acréscimo de personagens que se estendeu em 7 filmes, nos encontramos agora 16 anos depois do inicio de tudo, com o oitavo filme da franquia Velozes e Furiosos. Agora que Dom (Vin Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) estão em lua de mel e Brian e Mia se aposentaram, o time que rodou o mundo vive o que parece ser uma vida normal. Entretanto, quando uma mulher misteriosa (Charlize Theron) seduz Dom de volta ao mundo de crime do qual ele não consegue fugir e ele trai aqueles que lhe são próximos, a "Familia Toretto" irá enfrentar desafios que irão testá-los como nunca antes. Com a direção de F. Gary Gray, o filme continua com seu estilo galhofa adquirido desde o quarto filme. Apesar da boa direção das cenas de corrida, não há inovação no longa da forma como houve em seu antecessor, que contava com belíssimas jogadas e viradas de câmeras. Uma grande falha é o roteiro, que por si só não é muito crível, utilizando de explicações fúteis para justificar o desenrolar do filme. Mas o que faz isso ser algo esquecível é o carisma e a dinâmica entre os atores. É difícil avaliar as atuações, já que quase não se sente uma atuação e sim uma rotina de atores interpretando alguém conhecido pra si, apoiados por uma ideia de ação fantástica e desenfreada e com mudanças de roteiro para o agrado dos fãs; o famoso Fan Service.
Charlize interpreta Cipher, a melhor vilã da franquia, mas devido certas incoerências na trama, a boa atuação da atriz se torna algo menos grandioso do que deveria ser, já que vemos ora uma vilã fria e calculista, ora uma vilã receosa e confusa. Seguindo a questão de atuação, vemos um Vin Diesel transitando de uma atuação já conhecida de Toretto "família" para um Toretto sombrio e até exagerada quando se torna o "vilão" do filme, causando estranhamento já que a mudança da expressão facial é a unica coisa que distingue um do outro, tornando vago o aprofundamento de sua motivação. O que realmente agrada é o quão à vontade e alegres os atores parecem em fazer seus papéis, deixando carismático e mais leve a trama, que conta com momentos até sombrios e pesados, mas com certos desvios cômicos . Um bom exemplo de escapismo são as cenas improvisadas e engraçadas, que o filme abusa desse artificio. Destaque para Dwayne "The Rock" Johnson e Jason Statham( Luke Hobbs e Deckard Shaw, respectivamente) que juntos formam o brilho do filme, roubando cenas de gargalhadas e entregando testosterona ao público com suas cenas de ação. Entre xingamentos, troca de socos e até um improviso de Statham chamando The Rock de Hércules; clara referencia ao papel do ator do filme de mesmo nome, nós podemos ver a imensa química entre o elenco. De forma alguma é necessário refletir sobre acontecimentos do filme, já que ele segue a linha dos filmes de ação Brucutu e até mesmo com estilo 007 de antigamente, que era mais leve e espalhafatoso. E sim, isso é algo que o filme quer entregar: entretenimento puro e sem preocupação de desenvolver uma trama super elaborada. Em nenhum momento a trama tenta abusar na complexidade, apesar de lidar com certos assuntos profundos como o "valor pessoal x valor familiar e seus sacrifícios."
Se Velozes e Furiosos vai conseguir manter o ritmo nos próximos dois longas, já não da pra saber. Mas se você gosta do que a saga se tornou, da ação e dos momentos únicos e da galhofa incrível que eles entregam, além do carisma dos personagens que a cada filme vem conquistando público, então é somente ir correndo e assistir, pois esse filme é uma boa continuação de uma longa estrada cinematográfica.
Nota: 7.0
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